Blog(Fonte: UOL Educação)

A escolha da carreira docente está permeada de emoção. Seja por inspiração no trabalho de pessoas queridas, encantamento com professores da infância, sentimento de vocação desde pequenos ou mesmo para aqueles que chegaram por caminhos tortuosos, a permanência na profissão vem acompanhada de paixão. Mas, por que os professores escolheram essa profissão?

“Desde menina, eu sempre dizia que seria professora de crianças pequenas”, conta Lisiane Hermann Oster, docente há nove anos no Sesquinho – Escola de Educação Infantil do SESC, em Ijuí-RS. “A opção veio do encantamento que tive quando era aluna, com professoras muito boas.” Foi durante o curso de magistério que ela teve certeza da escolha. “Fiz muitos estágios e nessa prática concluí que era o que eu queria.” “Ainda adolescente eu me pegava em sala de aula ajudando os colegas, não só nas matérias, mas também dando apoio psicológico. Eu era o ‘amigão’.” Esta disposição pessoal combinou-se ao exemplo do irmão mais velho, que já fazia licenciatura, para que Alexandre Simonka já sentisse vontade de ser docente aos 13, 14 anos. Professor de física para ensino médio e responsável pelo departamento de informática do Colégio Vértice, em São Paulo, ele conta que, quando chegou o momento de escolher a carreira, não teve dúvidas em optar pela licenciatura. “O baque veio quando comecei a dar aulas. Achava que por ser professor de física, só precisaria dar conteúdo, mas educação é muito mais que isso. Hoje vejo que o conteúdo é só um ensejo para estar do lado dos alunos, a física é uma ferramenta para desenvolver algumas habilidades, mas dentro da formação mais ampla.”
Cair ‘na realidade’
Antes de se graduar, Alexandre trabalhou no departamento de informática de uma rede de drogarias. “Eu tinha um ideal de dar aula onde pudesse desenvolver meus projetos”, explica. Ele conta que alguns colegas o chamavam de utópico e o incentivavam a pegar aulas em escolas menos estruturadas, para cair “na realidade”.
Formado, Alexandre foi contratado pelo Colégio Vértice. “Devo parte de minha formação a esta escola. Não só pude desenvolver minhas ideias como encontrei um ambiente fantástico, onde pude colocar em prática meu objetivo de ajudar as pessoas na concepção mais ampla da palavra educação”, diz. O começo da profissão parece ser o momento mais desafiador. “Com o primeiro impacto em sala de aula, me senti despreparado, neste momento até pensei que talvez esta não fosse minha profissão. Nos primeiros meses, fui um verdadeiro estagiário, pois, mesmo formado, a faculdade dá as bases, mas não mostra toda a realidade”, afirma.
O começo da profissão parece ser o momento mais desafiador. “Com o primeiro impacto em sala de aula, me senti despreparado, neste momento até pensei que talvez esta não fosse minha profissão. Nos primeiros meses, fui um verdadeiro estagiário, pois, mesmo formado, a faculdade dá as bases, mas não mostra toda a realidade”, afirma. Ao fazer um balanço de seus 12 anos de carreira, Alexandre diz que as mudanças não param. “Aprendemos muito com a molecadinha, mais do que eles imaginam que aprendem conosco”, diz.
A vocação falou mais forte
Ana Cristina Santos de Paula, professora de música do sexto ano do fundamental no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, chegou à carreira docente por vocação. Mas nem sempre teve clareza de que esta seria sua profissão. “Pensei em ser jornalista, tanto que cursei comunicação social. Mas minha vocação para música foi mais forte e acabei estudando licenciatura nesta área. Como a música é muito expressiva, senti necessidade de compartilhar e a educação foi o caminho.”